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Brasil
11 de septiembre de 2009
Os riscos de fazer jornalismo ambiental no Rio de Janeiro, Brasil: Parte 4
Clarinha Glock, URR-Brasil

No Rio de Janeiro, impunidade e vigília constante.

A polícia nunca identificou os responsáveis pelas ameaças feitas em 2006 contra o jornalista Vilmar Sidnei Demamam Berna, 52 anos, editor da Revista e do Portal do Meio Ambiente. Três anos depois de ter denunciado o fato, que foi amplamente divulgado pelos meios de comunicação, os telefonemas anônimos e os recados agressivos cessaram. Mas o jornalista se mantém alerta. Os portões de sua casa são monitorados durante as 24 horas do dia por câmeras de segurança e ele toma cuidados redobrados.

Berna é responsável pela Rede Brasileira de Informação Ambiental (REBIA), que existe informalmente desde 1996 e foi oficializada em 2006. Mais de 60 mil pessoas recebem diariamente o boletim atualizado com notícias ambientais. Cerca de 3 mil participam dos fóruns de debates.

Em 2006, o jornalista sofreu represálias quando reclamou da instalação de um pier na frente de sua casa, na ponta da ilha, bairro Jurujuba, em Niterói, no Rio de Janeiro. Berna pediu ao vizinho que tirasse o pier, já que era proibido pela Capitania dos Portos. Incomodado, o vizinho disse que era seu amigo, mas que, se o jornalista continuasse contra o pier, ele não iria mais protegê-lo de uma “turma” que queria dar-lhe uma surra. Berna registrou a ameaça na polícia e escreveu à Secretaria de Direitos Humanos pedindo providências – ninguém foi identificado como autor das ameaças.

Em seu jornal e na REBIA, Berna vêm denunciando os problemas ambientais da região em que vive. Denunciou, por exemplo, a pesca com malha fina, que acaba com os mexilhões, e o depósito indiscriminado das cascas de mexilhões na Baía da Guanabara, um dos cartões-postais do Rio de Janeiro. Também escreveu sobre a pesca predatória de filhotes de sardinhas para uso como isca de atum na enseada de Jurujuba e Icaraí, em que os barcos chegavam até a beira da praia de Icaraí, o que deu origem a um inquérito na Polícia Federal. Muita gente se sentiu prejudicada, conta o jornalista. Em 28 de maio de 2006, a esposa de Berna recebeu um telefonema anônimo ameaçando Berna de morte.

“A cobertura jornalística ambiental tende naturalmente a confrontar-se com pessoas e organizações que adotam um modelo de vida ou de negócios que não respeitam os limites naturais, e que, em nome de um pretenso progresso, poluem, destroem, super exploram o meio ambiente e também os trabalhadores”, diz Berna. “Na Amazônia, por exemplo, o desmatamento e as queimadas andam sempre de braços dados com a pistolagem e com o trabalho escravo”, explica.

Quando os poderes públicos falham no dever de assegurar um meio ambiente ecologicamente equilibrado, como estabelece o Artigo 225 da Constituição Federal, é comum que jornalistas ambientais, ambientalistas e cidadãos de uma maneira geral se tornem alvo fácil ao se posicionarem contra os interesses econômicos, diz Berna. O problema é que aqueles que detêm o poder econômico não costumam medir conseqüências: “Estão acostumados a corromper a todos a sua volta para conseguir o que querem e, quando não conseguem, mandar matar os que atrapalham seus objetivos é apenas um detalhe desprezível”.

Ameaçar de morte é uma das formas de tentar calar os jornalistas. Negar-lhe recursos para que faça circular as informações e denúncias é outra. Berna acredita que a mídia ambiental brasileira sofre um forte bloqueio econômico que impede o aumento das tiragens dos jornais. “O resultado”, conclui Berna, “é que hoje todos falam em meio ambiente, mas entre o sentimento de amor ao Planeta, as palavras e pensamentos, e as ações concretas, ainda existe um longo caminho a ser percorrido”. A diferença é que este despertar tem sido crescente, conforme constata a partir do interesse na REBIA e no jornal que edita.



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