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Brasil
21 de agosto de 2009
Jornalista ameaçado teve de sair de sua cidade
URR-Brasil

Espírito Santo – Depois de ter sido agredido e ameaçado mais de uma vez, o jornalista Fabrício Ribeiro Pimenta, 44 anos, decidiu deixar a cidade de Serra, na região da Grande Vitória, no Espírito Santo, região onde atua há 10 anos na cobertura de temas ambientais. A ameaça mais recente aconteceu em 30 de julho de 2009, por volta das 9h, quando Pimenta fazia fotos de uma equipe de fiscalização da Prefeitura em uma marmoraria clandestina localizada no bairro em que ele mora, chamado Praia da Baleia. Conforme registro feito na Polícia Civil, o proprietário da marmoraria, Alessandro Carlos Silva Laranja, saiu de dentro do prédio com uma chave de ferro na mão em sua direção e arrancou sua máquina fotográfica. O equipamento se espatifou. “Desviei, e mesmo assim levei sete pontos na cabeça, sangrou muito”, observou Pimenta.
O clima de intimidação continuou após o incidente. Pimenta descobriu que seu agressor tinha outras queixas de agressão na polícia. Como vice-presidente da Associação de Moradores do bairro, Pimenta havia denunciado mais de uma vez a poluição causada pela empresa. Como jornalista, preparava uma reportagem para o semanário Tempo Novo, publicação com tiragem de sete mil exemplares, que circula desde 1984. Estava montando ainda um dossiê para entregar ao Ministério Público e à Ouvidoria da Prefeitura.
Além dos prejuízos causados pela marmoraria ao meio ambiente, Pimenta pretendia escrever sobre sua suspeita de conivência por parte do setor de fiscalização, já que, segundo ele, a marmoraria continuava em funcionamento, apesar das denúncias. Em suas investigações, o jornalista descobriu que a área onde está localizada é definida como residencial pelo Plano Diretor do município, e que opera junto com uma grande empresa de beneficiamento de rochas ornamentais com atuação em nível internacional. “Na prática, não é incomum que empresas maiores se unam a outras, clandestinas, porque desta forma não pagam impostos e podem descartar seus resíduos em qualquer lugar”, observou o jornalista.
Não foi a primeira vez que Pimenta recebeu ameaças. Foi editor-chefe do Tempo Novo de 2004 a 2207. Havia trabalhado também como correspondente daquela região para o jornal A Tribuna, de Vitória (capital do Estado), durante o ano 2008. E recentemente colaborou com O Noticiário, jornal mensal com pouco mais de um ano de existência. Em suas matérias, denunciou empresas por irregularidades no licenciamento ambiental e no controle de poluentes e ruídos. Nesse período, colecionou desafetos. Contou já ter recebido telefonemas anônimos alertando que poderia amanhecer com a boca cheia de formigas. Em ligações telefônicas anteriores, alguém lhe lembrava que a cidade de Serra tem um alto índice de violência, e que uma morte a mais não faria diferença. Uma vez ofereceram dinheiro para que parasse com suas reportagens. “Se fosse para parar, eu largava a profissão, mas gosto de fazer reportagem, minha ênfase sempre foi o jornalismo ambiental”, argumentou.
O empresário Alessandro Carlos Silva Laranja afirmou à reportagem do jornal A Tribuna que agrediu Pimenta porque se sentiu intimidado. “Eu me senti coagido e avancei neles”, declarou. “Bati nele, sim, mas foi com a máquina fotográfica, que caiu do pescoço dele. Se tivesse sido com a chave de grifo, ele teria morrido”, disse ao A Tribuna, em matéria publicada em 31 de julho de 2009. O empresário avisou que tem um laudo da Prefeitura da Serra autorizando o funcionamento no local até 10 de setembro, e que vai tentar na Justiça uma nova autorização para ficar no bairro. Na mesma reportagem, o secretário municipal de Meio Ambiente, Cláudio Denicoli, contestou as acusações de Pimenta – informou que a marmoraria realmente é irregular, mas estava embargada há 60 dias, e desde que receberam a primeira denúncia ela já havia sido multada três vezes.
Pimenta não vai voltar a trabalhar em Serra por precaução, embora pretenda continuar a apuração que estava fazendo quando foi vítima de violência. “Quero ficar no Interior, talvez criar uma agência de notícias sobre meio ambiente, para continuar fiscalizando”, disse. Admite que vai ser mais cauteloso, no entanto, porque seu objetivo nunca foi virar um mártir. “Quero ainda viver muito, por isso faço o que faço – para ter uma vida mais saudável para mim e para meus filhos”.



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